quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Arriscar para não perder

Nunca vou me esquecer de nenhum dia daqueles dois anos do meu primeiro emprego, era um contrato como menor aprendiz, e no final do meu primeiro dia de trabalho eu já sabia que eu queria continuar lá por muito tempo. Eu era obrigada a ter os pés no chão, era uma multinacional, todo mundo ficava de boca aberta toda vez que eu falava onde trabalhava, mas depois todo mundo que lembrava que era quase impossível ficar lá depois que terminasse o meu contrato. Como se eu não soubesse, né?

Depois de 6 meses eu já estava em um setor fixo, tinha mais 1 ano e meio pra mostrar o meu trabalho, e o quanto eu queria permanecer lá. Dificuldades? Ohh, foi o que não faltou. Eu tava no segundo ano do ensino médio, tive que mudar totalmente a minha rotina, me adaptar a pessoas e situações que eu não sabia como lidar. Aliais, tá ai uma coisa que é importante sempre lembrar - saber em quem se apoiar - sempre que eu estava com um problema, sempre que fazia algo "errado" eu tinha pra quem correr, pra quem desabafar ou morrer de rir, em um dia você tá acostumado a lidar com briguinhas da escola entre amigos, e no outro, até parece que você já é adulto com tantas responsabilidades.

Eles eram sempre compreensivos comigo, me poupavam o máximo que podiam, e me tratavam com todo o amor do mundo, quando eu percebi, tinha arranjado uma família no meu trabalho. Segunda lição foi essa, ser exatamente quem eu sou, esse negócio de querer impressionar não cola.

Aprendi muuuuuuuuuuitas coisas, e eu amava tudo que eu fazia, e o coração sempre apertava em saber que o meu último dia tava chegando. Eu já estava no terceiro ano, não tinha a mínima ideia do que queria fazer na faculdade, mal tinha tempo pra estudar pro ENEM (e eu sabia exatamente o quanto era difícil), e o tempo passando cada vez mais rápido. Foi no último minuto dos acréscimos do segundo tempo que eu decidi que ia cursar Administração (o pessoal que trabalhava comigo me apoiava bastante, na verdade me apoiavam em todos o que eu disse que queria fazer rs), escolhi a FASB, foi por pouco, já que o meu contrato acabava em março do ano em que eu comecei a faculdade.

Não sabia como ia fazer pra pagar a faculdade caso não ficasse, morria de medo disso, meus pais talvez me ajudariam, mas seria inevitável, eu teria que trancar se não conseguisse outro emprego. Mas, decidi que ia dar a cara a tapa. Não vou mentir, na maioria das vezes ficava triste, eu acreditava muito pouco em mim mesma - sempre foi assim. Mas, foram as pessoas com quem eu convivi esses 2 anos, foram as pessoas que me ensinaram o máximo que puderam, e torcem até hoje, elas acreditaram em mim, e eu continuo lá.

Mudei de setor, sou contratada de uma empresa terceira, mas estou muito feliz por terem me dado mais uma oportunidade. Tenho aprendido mais coisas, não tenho mais nenhuma duvida que escolhi o curso certo na hora certa. Ainda bem que as pessoas ao meu redor não deixaram o medo me cegar.

A grande lição? Mesmo se as possibilidades forem -100%, aceite o desafio, aprenda o máximo que puder com as pessoas ao seu redor, se não der certo lá, você terá bagagem suficiente para a próxima parada.

Sacou?

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